Martha Medeiros - no caderno Donna, ZH, 13 de novembro de 2005
O desapontamento com a arte contemporânea me leva a buscar outras
galerias de arte: as livrarias.
Quanto mais vou a exposições de arte contemporânea, mais me desaponto..
Ainda não visitei a nossa Bienal, mas as duas últimas exposições que visitei no Exterior - e eram consideradas pela crítica uma amostra do que de melhor a nova geração de artistas do mundo inteiro está realizando - provocaram-me apenas tédio. As obras (e estou sendo gentil em chamar alguns ferros-velhos distorcidos de "obra") eram, em sua maioria, desesperançadas, rudes e sem sentido algum. Um retrato do
mundo contemporâneo? Sei que é. Mas eu sou do tempo em que a arte despertava alguma emoção - não necessariamente júbilo, podia também ser revolta, espanto, medo, mas comovia de alguma maneira. E, o mais importante: havia um compromisso com a beleza, um pacto que já não existe e que me faz falta. Esculturas, quadros e gravuras precisam estabelecer alguma relação com os meus olhos, não apenas com o meu cérebro. E a verdade é que meus olhos não se acostumam com essas instalações frias, feias e pretensamente geniais, salvo raríssimas exceções. Então ando buscando outras galerias de arte.
Livrarias, por exemplo. Não, não mudei de assunto, continuo falando de arte e beleza: capas de livros são hoje o que de melhor está sendo criado em termos de design gráfico.
É uma embalagem, não é outra coisa. Mas nem por isso é arte menor. As grandes editoras descobriram a importância de seduzir antes de a primeira página ser aberta, e estão investindo na contratação de profissionais que sabem transformar uma simples capa num objeto de desejo.
Não há nenhuma garantia de que um livro com uma bela capa contenha uma história empolgante - uma coisa não está relacionada à outra. Uma capa lisa, franciscana, trazendo apenas o título e o nome do autor, pode ser mais que suficiente como apresentação, pois o que interessa mesmo está lá dentro. Mas beleza não é supérfluo, e o livro não se corrompe ao se render às leis de mercado. É um produto. Intelectual, mas um produto. Precisar atrair, destacar-se, vender-se. Só temos a comemorar o fato de as livrarias terem deixado de serem lojas soturnas para
transformarem-se em pequenas galerias que expõem arte contemporânea da melhor qualidade, produzidas por nomes como João Baptista da Costa Aguiar, Moema Cavalcanti, Victor Burton, Silvia Ribeiro, Ettore Bottini, Raul Loureiro, Marco Cena, Silvana Mattievich. Salve o fim da rigidez e da cafonice das capas de outrora. Nada melhor do que um livro bom e, de quebra, bem vestido.
domingo, novembro 13, 2005
As novas galerias de arte
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3 comentários:
É tão bo ver nosso trabalho e esforço reconhecidos!
Muito obrigada.
Um beijo,
Silvana Mattievich
É tão bo ver nosso trabalho e esforço reconhecidos!
Muito obrigada.
Um beijo,
Silvana Mattievich
Caros Amigos,
O Departamento Nacional de Busca de Paradeiro da Cruz Vermelha Brasileira está tentando encontrar Parentes do Pintor, Ceramista, Maquetista JOÃO CARLOS OLIVEIRA PISSARRA ou JOÃO CARLOS PISSARRA OLIVEIRA, a pedido de familiares residentes em Portugal.
Qualquer informação entrar em contato comigo nos telefones 21 22210658 ramal 27 ou 21 25073700 ramal 27 ou 21 95046089.
Obrigado e cumprimentos especiais.
Oswaldo de Bittencourt Amarante Filho
Chefe do Deparatamento Nacional de Busca de Paradeiro da
Cruz Vermelha Brasileira
Pça Cruz Vermelha 10/1.andar
20230-130 Rio de Janeiro,RJ,Brasil
www.cvb.org.br/departamentos/busca
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