Profª. Ms. Patricia Camera
* AULA 01
* Semana 05 /março 2007
2 - Imagem visual
* Resultado de determinada produção que é perceptível ao olho.
* Modalidades: imagens abstrata, expressiva, figurativa, etc.
* Comunicação pode ser feita por meio do jornal, revista, televisão, cartaz, outdoor, como também em lugares restritos como galerias, museus e salões.
* Quando as imagens estão associadas aos espaços artísticos ou são reconhecidas pelas instituições de arte, elas “adquirem” status de obra.
o Aumont diz que é “obra de arte o que é socialmente reconhecido como tal (...)” e que “toda a arte é atualmente definida em primeiro lugar pela instituição (...)” (Aumont, 1993, p. 298-300).
o A produção artística está relaciona à produção de “algo” que seja inovador, inventivo, criativo. Sobretudo, a produção de arte (que pode ser expressa pela produção de imagem) está de certa forma associada ao desejo de se chegar a uma experiência e a um conhecimento de ordem transcendental.
3 - Imagem visual e artefatos tecnológicos
* Camera Obscura – trabalhos de pintores holandeses (Vermeer de Delft, Hoogstraten) do século XVII e italianos (Vanvitelli, Zucarelli, Canaletto, Bellotto) do século XVII e XVIII, que usavam a câmera obscura no processo de criação.
* Aparece a fotografia no século XIX mediada por um instrumento automático, que devido às suas características suscita novas questões sobre a produção artística e de imagem.
4 - FIGURA 6 - Camera obscura, Gerorge Brander, 1769 (Baldwin, 1991).
FIGURA 7- Menina com uma Flauta, Jan Vermeer, 1665 (http://oceansbridge.com).
5 - Origem e primeiros passos da fotografia
* O daguerreótipo é o primeiro processo fotográfico comercializado mundialmente.
o Anunciado em 1839 por François Arago na Academia de Ciências Francesa, tendo como principal inventor Daguerre (1789 – 1851), este processo foi aclamado como uma “doação” da França ao mundo.
* Na Inglaterra, H. Fox Talbot (1800 – 1877) inventa em 1839 o photogenic drawings, reivindicando sem sucesso o posto concedido a Daguerre como “inventor” da fotografia
o Em 1840, Talbot aprimora o processo photogenic drawings, resultando em outro processo patenteado em 1841 sob o nome de calótipo também conhecido como Talbótipo
+ “o princípio do negativo-positivo, desenvolvido por Talbot, seria a base da fotografia moderna, e que a imagem única, característica fundamental da invenção de Daguerre, apesar de imensa aceitação de início, teria seu declínio gradativo após uma década e meia aproximadamente” (Kossoy, 1980).
6 - A multiplicidade da “origem” da fotografia
* Frizot (1998) expõe que a fotografia não foi criada por uma única pessoa, citando:
o Niépce (1765-1851)
o Daguerre (1787-1851)
o Talbot (1800-1877)
o Bayard (1801-1887) como principais precursores da invenção no período de 1839-1840.
* Kossoy (1980), inclui Hercules Florence (1804-1879) nesta lista.
# “Borris Kossoy, ao incluir o nome de Hercules Florence entre os indivíduos que descobriram um processo fotográfico no século XIX (1834), refere-se a um estudo de Pierre Harmat que indica a existência de uma “relação de vinte e quatro pessoas que reivindicavam para si a invenção da fotografia” (Turazzi, 1995, p. 33).
# Florence fotografou através da câmera escura com uma chapa de vidro e usou um papel sensibilizado para a impressão por contato.
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FIGURA 1 - O daguerreótipo é comercializado como objeto tridimensional. Sua confecção é feita em um tipo específico de caixa. [Dois viajantes, 1852-1855, daguerreótipo, J.H. Polycarpus von Schneidau (Baldwin, 1991)].
8 - Aparelho de pose
* A pose passa a ser usada para “burlar” as limitações técnicas do processo, uma vez que para captar o referente, utilizando o processo daguerreótipo, o retratado necessitava permanecer imóvel durante quinze minutos
9 - Calótipo
FIGURA 2 - O calótipo tem como característica a reprodutibilidade da imagem. [Sr.Thomas Livingstone Mitchell, calótipo colorido à mão, William Hetzer, c. 1838-1880].
10 - França X Inglaterra
* A quebra da patente do processo daguerreótipo em 1839 tornou viável a reprodução do indivíduo de forma “fiel” e automática, com exceção feita à Inglaterra que sofreu restrições para o uso do processo daguerreótipo até 1853 (Turazzi,1995, p.15).
* A partir daí a câmera se volta para a face humana, sendo então o indivíduo representado pelos mais diferentes processos:
o daguerreótipo – 1839
o calótipo –1841
o colódio – 1851
o ambrótipo – 1851
o ferrótipo – 1857
11 - Carte de visite
* A partir de 1854, com a patente do formato carte de visite, Desderi populariza a fotografia e a sociedade burguesa passa a registrar seu êxito social.
* No tamanho de 9,5 x 6 cm, montada sobre um cartão rígido de cerca de 10 x 6,5 cm, o formato carte de visite marca a fase de industrialização da imagem, tendo seu auge em torno de 1858.
* Caracterizada pela pose do modelo em corpo inteiro, situado em um cenário montado no estúdio, o fotógrafo pratica o mesmo enquadramento para todos clientes, utilizando representações padronizadas com acessórios e roupas que comunicam a ostentação, a estabilidade e a legitimidade da sociedade burguesa (Fabris, 2004, p.25-31).
* Kossoy (1980) vê nesta prática fotográfica o cliente como um “objeto” do estúdio, representado por poses enunciadas de acordo com sua atividade profissional e classe social. Já o estúdio fotográfico é identificado por Kossoy como um “armazém de acessórios de um teatro que guarda preparadas, para todo o repertório social, as máscaras de seus personagens” (Kossoy, 1980, p. 44).
12 - Carte de visite
* Principais praticantes da representação simbólica social (pose) do ser humano na Europa estão Nadar e Le Gray.
* No Brasil, se destacam Insley Pacheco, Bovelot & Prat, Revert- Henry Klumb e Stahl & Wahnschaffe por retratar a família Imperial, Sthal e Ferrez por registrar os índios e os negros em estúdio e Emílio Goeldi por documentar seus estudos antropomórficos com índios krahó - originários de Goiás.
* Por meio da pose em ¾ que os retratistas procuram garantir a individualidade na representação dos figurantes aristocráticos e assim “documentar” as gerações. Já os burgueses são, em sua maioria, retratados de corpo inteiro, “imersos” em um cenário que por meios simbólicos indica sua condição econômica.
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FIGURA 9 - Rainha Vitória, Carta de visita (frente e verso), William e Daniel Downey, c.1880 (Baldwin, 1991).
FIGURA 10 - A difusão deste tipo de imagem acontece na sociedade com a comercialização de retratos de família, personalidades, atrizes e atores. [Anônimos, carte de visite, Baron & Mitkiewicz, c. 1860, França e Viena (Frizot,1998)].
14 - Revista
* A venda do carte de visite tem influência significativa no fotojornalismo, e assim na mídia de massa, pois “foi através da popularização massiva da imagem fotográfica [carte de visite] que se começou a delinear um mercado para o fotojornalismo”. Neste contexto, a primeira revista ilustrada com fotografias, The Ilustrated London News (1842), nasce almejando a aproximação entre realidade, imagem e público. Sousa (ibid., p.27) cita que “entre 1855 e 1860, a tiragem cresceu de 200 mil para 300 mil exemplares, o que indica uma crescente apetência social pela imagem”.
15 - Da fotografia profissional para amadora
* 1888 – lançamento do filme de rolo (de papel) pela Kodak
►fotografia amadora.
o George Eastman desenvolve a primeira câmera portátil – a KODAK – vendida com um filme em rolo de papel suficiente para tirar 100 fotografias circulares com um 2 1/4 de diâmetro.
o O anúncio da KODAK - "Você aperta o botão e nós fazemos o resto".
domingo, março 11, 2007
FOTO I
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1 comentários:
... sugiro uma maior pesquisa sobre os estudos de Kossoy acerca do Hercule Florence... Não tenho certeza quanto a relação entre sua pesquisa e a citação da Turazzi...
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